Comunidade São Joaquim e Santana, na Vila União. Área Dom Luciano. Campinas / SP

Introdução

Somos Pastoral Afro em todos os lugares.
Nosso contato: boletimafroativo@yahoo.com.br
Um de nossos objetivos é sensibilizar a igreja para o conhecimento das questões étnico-raciais que estão postas em nosso meio.

Feliz 2011



Que o orixá que esta a frente desse novo ano que entra, possa nos abençoar e que o nosso Deus Olorum, possa nos encher de graças....

axé, pra todo mundo axé

Poema

Mulher, Mulher Negra...
Não tenha vergonha,
de ser o que é.
Do seu cabelo crespo,
Da sua pele escura,
Do seu jeito de ser...
Solte a criança que há
Dentro de você...
Se expresse,
Grite quando for preciso,
Chore quando for necessário
Seja guerreia sempre,
Nunca desista dos seus objetivos
E seja forte...
Pois é preciso ter força,
É preciso ter raça,
É preciso ter gana sempre...
E diria mais, que é preciso ter raça sempre...
Mais nunca se esqueça,
Que independente de sua raça,
Do seu jeito,
Eternamente será Mulher...
 
Mariana de Campos - 2009
 
 

Musica de resistência

                                                    


Chegamos de longe
Arrancados da mãe África
Dispersaram nossas tribos,
Famílias e línguas
Nos marcaram a ferro,
Fomos jogados nas senzalas
Nossos pais eram felizes,
na terra de nossa gente
Éramos reis e rainhas,
Povoando continente
Nos despiram de tudo,
Resistimos bravamente
Mas nunca nos renderemos,
levantamos nosso grito,
Não há nada o que temer.
De ser livre eu não desisto
Raízes, liberdade,
Quando assumimos,
chega a felicidade



Um Sentido para Pastoral Afro com uma visão de juventude negra

A partir de Cristo tem sentido vivermos a ousadia da caridade que se manifesta, não só, na eficácia dos socorros prestados, mas na capacidade de pensar e de ser solidário com que sofre, de tal modo que o gesto de ajuda seja sentido, não como esmola humilhante, mas como partilha fraterna.
Dentro de uma dimensão sócio-transformadora, tem a de transformar o que já esta pronto e responder o que não esta respondido. Em cada momento e em cada local, é preciso iniciar um processo em que o maior número de pessoas se envolva na busca de soluções concretas. A partir da conscientização, da organização e da mobilização, abrem-se caminhos alternativos. O importante é chamar a atenção da Igreja e da sociedade para esse quadro de injustiças cada vez mais grave. A Pastoral Social tem como finalidade concretizar em ações sociais e específicas a solicitude da Igreja diante de situações reais de marginalização, procurando integrar em suas atividades a fé e o compromisso social, a oração e a ação, a religião e a prática do dia a dia, a ética e a política. Dicotomias como: “os que só rezam” e “os que só lutam”, “os que louvam e celebram” e “os que fazem política”, estão sempre presentes nas lutas das pastorais, para deixar explicado as diferenças e as interligações. Na verdade, a verdadeira fé desdobra-se naturalmente em compromisso diante dos pobres. A ação social é condição indispensável da vivência cristã, porém nem sempre é vivida. Os compromissos sócio-políticos não são um apêndice da fé. Ao contrário, faz parte de suas exigências. A fé cristã tem, necessariamente, uma dimensão social.
Evidente que a Pastoral Social não tem o monopólio da transformação social e da busca de alternativas. Outras pastorais e dimensões da Igreja também trabalham nas mesmas direções, como a Pastoral Afro, pastoral Carcerária, da Criança, da mulher marginalizada, da mobilidade humana, da saúde, do menos, do povo de rua, entre outras. Hoje, como ontem, a injustiça e a desigualdade social gera milhares de empobrecidos que se tornam excluídos, quando não exterminados. Geram, ainda, desemprego, violência, dependência química, prostituição, racismo e destruição do meio ambiente. Esta situação atinge todo planeta, porém, de forma mais brutal os países subdesenvolvidos.
A ação pastoral, qualquer que seja, exige uma constante análise da realidade social, no sentido de buscar respostas concretas para seus desafios. Temos de caminhar com os pés no chão e os ouvidos atentos aos clamores do povo. Não podemos fechar os olhos e cruzar os braços diante das injustiças e desigualdades. Assim, do ponto de vista metodológico, a prática da evangelização começa com uma leitura dos fatos e da conjuntura a partir dos pobres.
A Pastoral diante da população afro-brasileira implica necessariamente: o conhecimento e a estima do Dom de Deus presente na negritude; a superação do racismo e da discriminação racial; a promoção da cidadania a pleno título dos (as) negros (as); o diálogo ecumênico e inter-religioso, não excluindo as religiões de matrizes africanas; o enriquecimento do processo de inculturação da ação evangelizadora da Igreja, entre outros.

A igreja ressaltam a opção preferencial da Igreja pelos pobres, considerados em sua condição de excluídos de cidadania plena e a importância de seus valores culturais e religiosos, no processo de renovação e inculturação, da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. A renovação da Igreja abriu caminhos possíveis à Pastoral Afro-brasileira, no que se refere ao processo de conscientização da própria hierarquia da Igreja, numa visão crítica da realidade social, em que vive o povo brasileiro. Sendo assim, a Pastoral Afro-brasileira, constitui instrumento importante para a pastoral com o nosso povo negro católico.
Na necessidade de se ampliar essa ação de Pastoral e exercer a função da ação da oração, pequenos grupos de trabalho se criam e fazem ligações com outras formas de conhecimento para fazer a mudança dentro da igreja, onde a igualdade não passa de uma fachada.
Assim como buscamos o sincretismo com as religiões de matrizes africanas para muitas explicações de nossa ancestralidade e conhecimento de nossa liturgia, buscamos também a participação no Encontro da Juventude Negra, sendo mais um artifício para estarmos em contato com a sociedade, discutindo e defendendo de forma politizada nossos direitos e deveres, permitindo assim essa atuação ser feita pos nós jovens.
No intuito da busca pelo sincretismo dessas especificidades com objetivos em comum, buscamos entre tudo a permanência dos jovens nessas atuações, dividindo funções e fazendo grupo de estudos e reflexões em encontros regionais, municipais, nacionais e até internacionais. Estamos cientes que enquanto jovens ainda temos muito que aprender, porém lutamos e buscamos por nós mesmo, pela raça e pela igualdade.

* Cinthia Vilas Boas

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A Pastoral AFRO - BRASILEIRA

 A pastoral afro-brasileira surge como consequência de um longo processo de conscientização e militância de gerações de negros e negras, que assumem viver sua fé e a negritude. Na Igreja do Brasil, surge como consequência de longo processo pósconciliar de conscientização e militância de gerações de negros no interior da Igreja.
A preocupação com o povo Negro Católico brasileiro, é algo que vem de longa data, especialmente a partir das conclusões do Concílio Vaticano II, que apresentou a imagem de Igreja Povo de Deus, seguidas pelos Documentos Latino- Americanos (Medellin, Puebla, Santo Domingo) e os pronunciamentos do Papa João Paulo II. Ressaltam eles, a opção preferencial da Igreja pelos pobres, considerados em sua condição de excluídos de cidadania plena e na importância de seus valores culturais e religiosos, no processo de renovação e inculturação da ação evangelizadora da Igreja no Brasil.



Nossos objetivos:

>>> sensibilizar a Igreja para o conhecimento das questões afro-brasileiras; animar os grupos negros católicos existentes; incentivar o surgimento de novos grupos que buscam sua identidade numa sociedade e Igreja plurais;
>>> animar as comunidades, proporcionando vivênciaar continuidade à rica herança de experiência e reflexão pastoral nas comunidades negras afrobrasileiras, para aprofundar a inculturação que acontece no contexto da cultura, contribuindo para a superação de todos os preconceitos, discriminações, reconhecendo os valores religiosos da cultura africana;
>>> despertar vocações, dentro da espiritualidade e mística afro-brasileira, através do diálogo inter-religioso com as diversas religiões de matriz africana;
>>> empreender ações solidárias dentro dos objetivos da ação evangelizadora na nossa sociedade injusta, visando a superação das desigualdades, da exclusão social, da miséria e da violência contra o povo negro, através de políticas públicas que favoreçam a inclusão social e o reconhecimento dos direitos das populações afrodescendentes.