Comunidade São Joaquim e Santana, na Vila União. Área Dom Luciano. Campinas / SP

Introdução

Somos Pastoral Afro em todos os lugares.
Nosso contato: boletimafroativo@yahoo.com.br
Um de nossos objetivos é sensibilizar a igreja para o conhecimento das questões étnico-raciais que estão postas em nosso meio.

Encontros regional SUL 1

De acordo com a nossa mobilização no CONENC, entendemos que enquanto Regional Sul temos que nos encontrar mais...a proposta tirada lá no encontro, foram:


14/07 
I Seminário de Canto Afro













Já se preparem...


Dia 18/08...tem...


Mistica e Espiritualidade 
Da Pastoral Afro Brasileira


II Seminário Afro - 9h30 ás 16h

 Local:Centro Pastoral São José( Centro Pastoral Belém) - SP







Vera Lopes - Responsável





Vamos marcar as datas na agenda e nos organizar

Reunião Pastoral Afro - Arquidiocese


Olá amigas e amigos



A coordenação da Pastoral Afro Arquidiocesana convida a todas e todos para nossa reunião.

Dia 02 de junho de 2012

Horario: 9h30

Local: Colégio Pio XXl
Rua Boaventura do Amaral, 354 - Centro  Campinas, 13026-908
(0xx)19 3341-3181
Sua presença é primordial para que possamos dar um novo rumo aos nossos trabalhos.

Traga alguma coisa para nosso lanche e se programe para estar indo embora por volta de 12hr30


Axé


Memória



Ah!
Um afago,
E já esquecem da chibata.
Ela cortou a carne de muita gente de coragem,
Gente que caiu sob o peso do trabalho,
Gente que levantou a voz contra quem o oprimia,
Gente que dançava e cantava pedindo força aos ancestrais,
A força da grande “casa na aldeia”, que é nossa Mãe Terra.
Não peço revolta contra quem lhe bateu,
Afinal antes mesmo de sermos conhecidos como gente,
Já os aceitávamos como irmãos.

Peço memória,
Memória de suas raízes,
De sua gente,
De sua história,
A qual, diferente da dos manuais,
Possuía muitos heróis e guerreiros,
Reis e rainhas, príncipes e princesas,
Grandes conhecedores dos segredos da natureza
E grandes líderes de resistência.

Peço memória,
De sua língua materna,
De seu culto sagrado,
De sua comida,
Que antes era feita das sobras da casa grande
E hoje são pratos de dia de domingo.
Vamos fazer a quizomba,
A festa, a celebração.
Mas não festa por festa,
Samba por samba,
Batuque por batuque.
Que seja a festa da rememoração,
Da lembrança de um povo,
Como tantos outros povos,
Que possui sua singularidade,
Muitas vezes desrespeitada,
Marginalizada,
Por causa do preconceito e da intolerância.
Saiamos dos shoppings,
Voltemos aos terreiros,
Saiamos do conformismo ideológico
E voltemos à militância quilombola.
Acorda negro,
Tira da margem a sua história,
Refaça a história de seu povo,
Faça a memória.
Ah!
Um afago e já esquecem a chibata.


Thiago Augusto da Silva
(28/05/2012)

Bom dia !!!

Você que chegou ao seu trabalho. Ore e peça ILUMINAÇÃO..... 


 Faça a agenda e programe seu dia. Isso chama-se Reflexão..... 


 Agora com tudo planejado,comece a trabalhar. Isso chama-se AÇÃO..... 


 Acredite que tudo vai dar certo. Isso chama-se FÉ..... 


 Faça tudo com alegria. Isso chama-se ENTUSIASMO..... 


 Dê o melhor de si. Isso chama-se PERFEIÇÃO..... 


 Deus está com você. Isso chama-se Amor! 


 Ter um bom dia, Isso se chama Sorria!...



Fazenda Roseira


Quizumba - Dia 25 de Maio


 





Confiram no Site









Semana da África


A Semana da África, serve como meio de reavivar a nossa memória na diáspora, refletir a cerca de nossa conjuntura, de como eramos e como estamos, e ainda estabelecer trocas de experiências sejam elas científicas, de saberes tradicionais ou de matriz africana entre estudantes, jovens, educadores, pesquisadores, professores e a todas as pessoas militantes.


Não queremos falar para nós mesmos, mas se for preciso assim faremos. Queremos falar de nós, para todo o mundo, queremos transversalidade, queremos ser...



Solidariedade aos Povos Africanos


No dia 23/05/2012 será realizado o debate “Solidariedade ao Povos Africanos”  às 19:30hs no Centro de Ciências e Artes (CCLA) na Rua Bernardino de Campos, 989, Centro, Campinas/SP.

O evento será aberto a todos os interessados e contará com a presença do Dr. Pedro Tourinho (Médico Sanitarista, Clinico Geral, Conselheiro Nacional da Saúde e Presidente do Sindicato dos Médicos), também contará com a presença de Religiosos Afro Brasileiros e militantes do Movimento Negro.
Coordenação do Evento:
- Quilombo Oloja
- CRMA (Comissão de Religiosos de Matriz Africana)
- RST (Religiosos Sem Terreiro)
- UNEGRO (União dos Negros pela Igualdade Racial Campinas)
Para maiores informações:
Quilombo Oloja:  Patrícia (19) 9493-4253 e  Juliana (19) 9343-5313.

Empreendedorismo Afro

Oi pessoal tudo bem...



                                        A Pastoral hoje vai compartilhar um assunto que estamos pensando...EMPREENDEDORISMO AFRO...


Como será que podemos pensar nisso ???






Temos um convite de uma amiga ligada a nós


"Estou passando para convidar todas vocês a estar no meu bazar de bijouterias, colar, pulseiras, uns comes e bebes e claro diversão..."


sabado dia 19/05 a partir das 14:00 h


 


Local: Rua das Tulipas nº 65 Vila Mimosa

Bjs a todos e a todas



Elena        








Podemos começar assim ... ?
Axé !

EPA - Encontro de Pastoral Afro Latino Americano e Caribenho

"A Pastoral Afro-americana e o Documento de Aparecida: desafios e esperanças na Igreja e na sociedade"

Em 2007 foi realizada a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida. A igreja católica é chamada a viver um novo momento de forte conversão e renovação pastoral. As conclusões desse encontró incentivaram as missões continentais, convovando todas as pessoas batizadas a viver um compromisso cristão. Temos então o documento de Aparecida, que fez escolha preferencialmente pelos pobres e excluidos.
Ano pasado, 2011, as Nações Unidas, proclama Ano Interncional dos povos Afrodescendentes, a fim de reforçar medidas nacionais e internacionais a nosso benefico, fazendo valer a nossa relação com as políticas publicas, entre outras coisas.
Esse ano de 2012, a partir de outubro a igreja católica viverá o “Ano da Fé” e seu 50 Aniversário de abetura do Concilio Vaticano ll.
Pois bem, a Pastoral Afro Latina America e Caribenha, também se reúne para pensar, refletir e trocar experiências, no periodo de 3 em 3 anos. Chamamos esse encontro de EPA (Encontro de Pastoral Afro – Internacional). Para isso temos instancias que cuidam das partes mais burocráticas, como, Secretariado de Pastoral Afro-americana e Caribenha (SEPAC), Seção da Pastoral Afro-americana (SEPAFRO) e Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM). Já estamos no encontro numero 12, e ese ano acontecerá de 16 a 20 de julho, no Equador, em Guayaquil.
O EPA, tem como objetivo compartilhar e trocar experiências pastorais dos agentes da Pastoral Afro-americana da igreja católica, refletir sobre a realidade em contínua mudança do povo negro, tanto na Igreja como na sociedade e impulsionar as grandes linhas da pastoral afro-americana.
São 40 vagas para o Brasil, que foi pensada da seguinte maneira:
10 Leigos adultos – por regional
10 Jovens – por regional
10 Padres, bispos, diáconos, freira, irmã...por regional
10 APNs, católicos - por regional
Justificativa: Pela história de participações nos EPAs anteriores, tiveram um grande numero de padres, bispos e irmãs, por isso em reuniões especificas durante o encontró, foi discutido a visibilidade dos grupos de base, dos leigos e da juventude. No anos de 2006, o EPA teve como tema JUVENTUDE, e a partir dali, se fez a opção de 50% da delegação ser jovens.
Isso foi discutido, para poder se concretizar uma divisão mais igualitária, com garantia de participação de uma colegiada, que representará o Brasil, no encontro. Todas as vagas preenchidas devem der de pessoas atuantes e que tenham trabalho concreto, portanto, debe ser assinada pelo responsavel da Pastoral Afro pela CBNN - Pe. Jurandyr Azevedo Araujo.
O EPA carrega consigo 3 subtemas para serem discutido, dentro da metodología adotada a partir do 7 Plano Pastoral, ver, jugar e agir:
1 - A Pastoral no projeto de novo pentecoste eclesial e social.
2 - Os novos rostos da pobreza na globalização
3 - A Pastoral como promotora do proceso de uma evangelização inculturada, dicipulado e catequética.
Então VEMOS, com olhos de fé a nossa realidade, JULGAMOS, de acordo com o Evangélio do Cristo libertador e AGIMOS para que as ações sejam sinais de salvação.
Além disso o EPA irá propor uma rede de solidariedade.

Sempre que há esses encontros, o país tem que dar algunas respostas como contribuição para o desenvolvimento das propostas, para isso foram elaboradas algunas perguntas, ao longo do ultimo encontro, realizado no panamá.

Para isso existem perguntas:

 ***PERGUNTAS do subtema 1
1 – O que é/deve ser o compromisso concreto da PA na grande missão continental?
2 – Refletir sobre as luzes e sombras no agir da igreja para com o povo afro e no agir do povo afro.
3 – Propor uma estratégia para que o povo afro apareça e não individualize.
4 – Como os jovens afro podem ser sujeitos e protagonistas de renovação da igreja?

***PERGUNTAS do subtema 2
1 – Idetificar os novos rostos da pobreza em sua comunidade, bairro, cidade, país e partilhar experiencia de superação.
2 – Como promover o relacionamento entre os movimentos sociais e a PA na luta pelos direitos individuais e coletivos?
3 – Em nossa atividade pastoral, estamos atentos ao tempo que vivemos?Será que nossa espiritualidade está encarnada nos problemas sociais de nosso povo?
4 – Qual é/deve ser o compromisso dos jovens negros diante dos novos rostos da probreza que afetam o nosso povo?

***PERGUNTAS do subtema 3
1 – Partilhar uma experiencia significativa de um discipulado missionário com identidade própria.
2 – Existe na diocese ou dentro do departamento de catequese episcopal uma iniciação inculturada?Se não existe, que elementos devem ser considerados para obete-las?
3 – que expressões da religiosidade popular foram incorporadas na liturgia, na catequese, o una evangelização das populações afro?
4 – Como os jovens afro de hoje pode viver um discipulado missionário?

Essas perguntas precisam ser respondidas, com respectivas identificações de grupo, até dia 20 de maio de 2012, para e-mail (afro@cnbb.org.br), o ideal é que se discuta nos grupos de base, a partir das experiências locais. A ficha de inscrição para as pessoas que querem participar seguirá em outro anexo.

Informações !!!

Histórico dos EPAs anteriores:
1980 – Buenaventura, Colombia – Religiosidade popular e cultura negra.
1983 – Esmeralda, Equador – Grupos afros americanos em situação rural e urbana.
1986 – Portovelo, Panamá – Historia do povo negro e historia do povo de Israel.
1989 – Puerto Limon, Costa Rica – A familia afro, os valores, antivalores, e os elementos para construção de un novo reino.
1991 – Quibdo, Colombia – Etinoeducação e pastoral afro.
1994 – Esmeraldas, Equador – Experitualidade afro e expressões religiosas.
1997 – Trujillo, Honduras – Cristo luz e libertador do povo negro.
2000 – Bahia, Brasil – Solidariedade e comunidades negras.
2003 – Callao, Peru – A participação da mulher no desenvolvimento e na construção das Américas.
2006 – Guarenas, Venzezuela – Jovens afro:herdeiros e construtores de uma sociedade de incluso, desde sua prórpia identidade religiosa e sócio cultural.
2009 – Panamá - Panamá – A pastoral afro-americana gestando novas perspectivas de inclusão e solidariedade.


2012 VEM AÍ




A arquidiocese de Campinas, está contribuindo com 3.000,00 para ida de representantes da Pastoral Afro, ao encontro. Em nome da delegação de Campinas, representando o Brasil esta indo Cinthia Vilas Boas.

CARTA DO RIO + 20



Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Miséria pela ótica do Movimento Negro

Reunidos no seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza pela ótica do Movimento Negro”, preparatório para a Conferência Rio + 20, realizado nos dias 28 e 29 de abril no Rio de Janeiro, nós do Movimento Negro brasileiro declaramos que envidaremos todos os esforços necessários em defesa do povo negro, dos povos indígenas e dos povos vítimas do racismo, discriminação racial, xenofobia e diversas formas de opressão e intolerâncias.

Uma síntese dos indicadores sociais produzidos por diversas agências de pesquisas como a Fundação Instituto Brasileiras de Geografia Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização das Nações Unidas (ONU) dentre outras, nos permite afirmar que nos últimos 10 anos, quase 22 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema, graças aos programas sociais do governo. Hoje, no Brasil, 20% das famílias vivem de programas de transferência de renda através dos recursos públicos como aposentadorias, “bolsa família”  e assistência social.

No entanto, cabe considerar que a população brasileira extremamente pobre, ou seja, aquela que sobrevive com menos de um dólar por dia, é estimada em 16 milhões de habitantes, dos quais 9,6 milhões ou 59% estão concentrados no Nordeste. Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (4,1 milhões de pessoas ou 25,5%). 51% têm até 19 anos de idade. 53% dos domicílios não estão ligados a rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica. 48% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados a rede geral de distribuição de água e não tem poço ou nascente na propriedade. 71% são negros (pretos e pardos). 26% dos que tem 15 anos ou mais, ou seja, 4 milhões são analfabetos.

A realidade vivida pelas comunidades quilombolas no Brasil e pelas comunidades religiosas de matriz africanas e pela maioria negra, não parece ser muito diferente da época do Brasil escravocrata. É diante desse quadro, que o Movimento Negro brasileiro realizou o Seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, nos dias 28 e 29 de abril, com o objetivo de preparar a militância negra para participar da Cúpula dos Povos, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que será realizada em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. 

Entendemos que o agravamento das questões ambientais tem atingido significativamente as comunidades negras, submetendo-as a um quadro de injustiça ambiental alarmante.

Em quase todos os indicadores econômicos e sociais, observamos a ampliação do abismo social entre negros e brancos com relação a emprego, renda, escolaridade, acesso à justiça, poder. O drama social acomete com maior gravidade a população negra, que habita as favelas e periferias desestruturadas, torna-se presa fácil da criminalidade, assiste seus jovens serem mortos pela violência urbana e nega oportunidades de mobilidade social. 

Cerca de 50 mil brasileiros são assassinados por ano. Contudo, essa violência se distribuiu de forma desigual: as vítimas são, sobretudo, jovens negros do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. O Índice de Homicídio na Adolescência (IHA) evidencia que a probabilidade de ser vítima de homicídio é mais do dobro para os negros em comparação com os brancos.

Temos assistido um silencioso massacre dos quilombolas pelas empresas construtoras de hidrelétricas, grandes proprietários de terras, latifundiários que roubaram as terras dos povos indígenas e dos quilombolas e mineradoras que  cada dia mais  avança suas minas sobre os territórios quilombolas e envenenam as terras com pilhas de rejeitos e resíduos tóxicos. O terror do racismo no espaço rural se agrava ainda mais com quilombolas sendo ameaçados de morte, comunidades sendo manipuladas para assinarem documentação de venda ou cessão de terras com o beneplácito das polícias estaduais.

O capitalismo é o grande responsável pelas crises econômica, alimentar e ambiental. O modelo de produção e consumo capitalista é incompatível com a preservação ambiental, como o uso coletivo das riquezas naturais e com a justiça social.

Os verdadeiros responsáveis pela devastação das florestas, pela poluição dos rios, mares, pela degradação dos biomas e insustentabilidade urbana em todo planeta são os países imperialistas e colonialistas, por isso afirmamos que os nossos povos não são responsáveis por tamanha espoliação dos seres humanos e da natureza. Não apoiamos o principio da responsabilidade comum, pois cabe aos países ricos o principal ônus da preservação. São nos países pobres e em desenvolvimento que encontramos a maioria dos povos vítimas da degradação ambiental, vítimas do racismo ambiental.

O Movimento Negro brasileiro compreende os quilombos como verdadeiros territórios de resguardo da biodiversidade, como verdadeiras escolas de diversidade cultural. No diálogo do Movimento Negro com povos e comunidades tradicionais de matriz africana, fica cada vez mais fortalecida de a idéia de que nós não somos responsáveis pela crise ecológica, pela pré-agonia dos nossos ecossistemas como a Amazônia e o Cerrado ou que restou da nossa Mata Atlântica.

Muito pelo contrário, o nosso ponto de partida é a cosmovisão de mundo negro-africana que tanto para as comunidades quilombolas quanto para os povos e comunidades tradicionais de matriz africana, a terra é concebida  como território de reprodução cultural vivo, e portanto sagrado, ao contrario  da lógica dos  tecnocratas  eurocêntricos , que vê a natureza apenas como fator de produção e lucro, matéria prima morta e os seres humanos como mercadoria e objetos de descarte.

É com a perspectiva de perceber a biodiversidade como um direito é que o Movimento o Negro buscará ampliar o debate no campo da ecologia política e dos direitos étnico raciais, onde diversas temáticas como o desenvolvimento sustentável, racismo ambiental, justiça e ética ambiental se interpenetram. 

No centro das nossas reflexões impõe-se a critica a denominada “economia verde”, cujo eixo principal tem sido a mercantilização da natureza por parte do Capital. A adoção de políticas como: sequestro de carbono, privatizações das águas, do subsolo, fazem parte das estratégias de venda de bem público, que são os elementos da natureza, como “serviços” que são passíveis de privatização.

Consideramos que a “economia verde” é uma falsa saída para a crise ambiental e ecológica, porque os países ricos para não abrirem mão de sua qualidade de vida e consumo propõe implicitamente um desenvolvimento sustentável aos pobres, que na prática transforma o principio ecológico da sustentabilidade em merchandising, e transforma os recursos da natureza e os direitos dos povos em mercadorias, e assim mantém a desigualdade na posse e uso das riquezas naturais.

O Movimento Negro não concorda com isso. Lembremo-nos da África do Sul nos tempos do Apartheid onde a água era dos brancos e não um bem público.  Portanto, vamos intensificar o diálogo com a nossa população para a importância da Cúpula dos Povos na Rio + 20 e a articulação com os povos indígenas e os movimentos sociais, buscando a construção de pontes e pontos de convergência. 

Exigimos que o Estado brasileiro utilize sua influência política na Conferência Rio + 20 em defesa dos povos e nações pobres e em desenvolvimento, que defenda sua população vítima da ganância da elite capitalista brasileira e dos conflitos ambientais, destacadamente, as comunidades quilombolas, as comunidades religiosas de matriz africana, as comunidades tradicionais e das periferias dos grandes centros urbanos.

Enquanto militantes e cidadãos, não podemos, e não vamos permitir que o racismo nos submeta a violência simbólica e física, e que inclusive destrua o nosso legado ancestral e espiritual africano. Esse legado é libertário, ecológico e sagrado. A nossa emancipação é a tomada da consciência negra, dos nossos direitos enquanto sujeitos de nossa história, cuidadores do planeta Terra.

Rio de Janeiro, 29 de abril de 2012.

MNU – Movimento Negro Unificado
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira
AMNB - Articulação de Mulheres Negras Brasileiras
FÓRUN NACIONAL DE MULHERES NEGRAS
CEAP – Centro de Articulação de Populações marginalizadas – RJ 
ENEGRECER – Coletivo Nacional de Juventude Negra
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade.
CONAQ- Coordenação Nacional de Quilombos
CNAB - Congresso Nacional Afro-Brasileiro
CIRCULO PALMARINO 
REDE AMAZÔNIA NEGRA
ANCEABRA – Associação Nacional de Empresários Afro Brasileiros
CONAMI- Conselho Nacional de Mulheres Indígenas
APNS - Agentes de Pastoral Negro
SOWETO – Organização Negra - SP
SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT
INTECAB – Instituto da Tradição e Cultura Afro-Brasileira
MONER
OFARERE MOVIMENTO AFRORELIGIOSO
Omokorins do Ilê de Oxaguian - MG
IPAC - Incubadora Afro Brasileira – RJ 
AFRO BRASIL
CEDINE – Conselho Estadual de Direitos do Negro - RJ
INSTITUTO DO NEGRO PADRE BATISTA
ASCEB
MAMATERRA
PASTORAL AFRO-BRASILEIRA DA CNBB
BAZAFRO
CRIAR
REDE ALIMENTAÇÃO ECOSOL – BAHIA
CONAM NACÃO BLACK
GAICUNE - RJ
TJ NEGRO
COJIRA – RIO
NEGRA SIM
FENAFAL
ASHOGUN
NUCLEO DE COMUNIDADES NEGRAS DE OSACO
CEN - COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS
IGERE – MG
DANDARA MULHERES DO CERRADO
SINTERGIA – RJ 

Leonardo Boff - Dialogando com o 13 de Maio


Hoje, 13 de maio, é o dia das mães. Mas não esqueçamos a mães negras, especialmente as “amas-de-leite”, as mucamas. Quantas crianças brancas não foram por elas  amamentadas e salvas?
Agora, finalmente a Justiça fez justiça aos afrodescentendes, pagando uma dívida histórica que pesava em nossa consciência branca coletiva. Foram-lhes concedidas as cotas de acesso às universidades federais. Mas a nossa dívida começou apenas a ser paga. Há tantas reparações e compensações ainda por fazer.
Enquanto isso  a Paixão de Cristo continua pelos tempos afora no corpo destes crucificados. Jesus agonizará até o fim do mundo, enquanto houver um único destes seus irmãos e irmãs que estejam ainda pendendo de alguma cruz.
Assim pensa também o budismo tibetano. O  bodhisattwa (o iluminado) pára no umbral do Nirvana e suplica retornar ao mundo da dor – samsara – para viver solidariamente  com quem sofre no reino humano, animal e vegetal. Nesta mesma convicção, a Igreja Católica, na liturgia da Sexta-feira Santa, coloca na boca do Cristo estas palavras pungentes:
”Que te fiz, meu povo eleito? Dize em que te contristei! Que mais podia ter feito, em que foi que te faltei? Eu te fiz sair do Egito e com maná de alimentei. Preparei-te bela terrra, e tu, a cruz para o teu rei”.
Rememorando a abolição da escravatura a 13 de maio, nos damos conta de que ela não foi completada ainda. A paixão de Cristo continua na paixão do povo afrodescendente. Falta a segunda abolição, da miséria e da fome, como postula o senador Cristovam Buarque. Ouvem-se ainda os ecos dos lamentos de cativeiro e de libertação, vindos das senzalas, hoje das favelas ao redor de nossas cidades:
“Meu irmão branco,  minha irmã branca, meu povo: que te fiz eu e em que te contristei? Responde-me!
Eu te inspirei a música carregada de banzo e o ritmo contagiante. Eu te ensinei como usar o bumbo, a cuíca e o atabaque. Fui eu que te dei o rock e a ginga do samba. E tu tomaste do que era meu, fizeste nome e renome, acumulaste dinheiro com tuas composições e nada me devolveste.
Eu desci os morros, te mostrei um mundo de sonhos, de uma fraternidade sem barreiras. Eu criei mil fantasias multicores e te preparei a maior festa do mundo: dancei o carnaval para ti. E tu te alegraste e me aplaudiste de pé. Mas logo, logo, me esqueceste, reenviando-me ao morro, à favela, à realidade nua e crua do desemprego, da fome e da opressão.
Meu irmão branco, minha irmã branca, meu povo: que te fiz eu e em que te contristei? Responde-me!
Eu te dei em herança o prato do dia-a-dia, o feijão e o arroz. Dos restos que recebia, fiz a feijoada, o vatapá, o efó e o acarajé: a cozinha típica da Bahia. E tu me deixas passar fome. E permites que minhas crianças morram famintas ou que seus cérebros sejam irremediavelmente afetados, infantilizando-as para sempre.
Eu fui arrancado violentamente de minha pátria africana. Conheci o navio-fantasma dos negreiros. Fui feito coisa, “peça”, escravo. Fui a mãe-preta para teus filhos e filhas. Cultivei os campos, plantei o fumo para o cigarro e a cana para o açúcar. Fiz todos os trabalhos. E tu me chamas de preguiçoso e me prendes por vadiagem. Por causa da cor da minha pele me discriminas e me tratas ainda como se continuasse escravo.
Meu irmão branco, minha irmã branca, meu povo: que te fiz eu e em que te contristei? Responde-me!
Eu soube resistir, consegui fugir e fundar quilombos: sociedades fraternais, sem escravos, de gente pobre mas livre, negros, mestiços e brancos. Eu transmiti, apesar do açoite em minhas costas, a cordialidade e a doçura à alma brasileira. E tu me caçaste como bicho, arrasaste meus quilombos e ainda hoje impedes que a abolição da miséria que escraviza, continue como realidade cotidiana e efetiva.
Eu te mostrei o que significa ser templo vivo de Deus. E, por isso, como sentir Deus no corpo cheio de axé e celebrá-lo no ritmo, na dança e nas comidas sagradas. E tu reprimiste minhas religiões chamando-as de ritos afro-brasileiros ou de simples folclore. Não raro, fizeste da macumba caso de polícia.
Meu irmão branco, minha irmã branca, meu povo: que te fiz eu e em que te contristei? Responde-me!
Quando com muito esforço e sacrifício consegui ascender um pouco na vida, ganhando um salário suado, comprando minha casinha, educando meus filhos e filhas, cantando o meu samba, torcendo pelo meu time de estimação e podendo tomar no fim de semana uma cervejinha com os amigos, tu dizes que sou um negro de alma branca, diminuindo assim o valor de nossa alma de negros, dignos e trabalhadores. E nos concursos em igual condição quase sempre tu me preteres em favor de um branco. Porque sou negro.
E quando se pensaram políticas públicas para reparar a perversidade histórica, permitindo-me o que sempre me negaste, estudar e me formar nas universidades e assim melhorar minha vida e de minha família, a maioria dos teus grita: é contra a constituição, é uma discriminação, é uma injustiça social. Mas finalmente a Justiça agora nos fez justiça e nos abriu as portas das universidades federais.
Meu irmão branco, minha irmã branca, meu povo: Que te fiz eu e em que te contristei? Responde-me!”
“Responde-me, por favor”.
E nós brancos, os que dispomos do ter, do saber e do poder, geralmente calamos, envergonhados e cabisbaixos. É hora de escutar o lamento destes nossos irmãos e irmãs afro-descendentes, somar forças com eles e construir juntos uma sociedade inclusiva, pluralista, mestiça, fraterna, cordial onde nunca mais haverá, como ainda continua havendo no campo, pessoas que se atrevem a escravizar outras pessoas.

Oxalá possamos gritar: “escravidão nunca mais”. E enxugando as lágrimas podemos dizer como no Apocalipse:”Tudo isso passou”.

Obrigada - Missa Afro 13 de Maio


Obrigada a todas as pessoas que estiveram celebrando conosco...

Com a entrada das ancestrais pudemos sentir as benção de Maria, com  Maria recebendo toda procissão de entrada, pudemos nos sentir embalad@s, com o perdão pudemos lembrar das correntes que não queremos, dando glória da libertação que buscamos, com a homilia a reflexão que temos que fazer todos os dias, com as ofertas pudemos ver nosso avanço enquanto mulher e povo negro, com a comunhão ficamos perto do mistério de Cristo, com a história pudemos sentir o amor de mãe e com as rosas nos sentimos no aconchego...
no aconchego do OBRIGADO !!!



Semana 13 de Maio

SEMANA 13 DE MAIO...o que houve nesse dia ???

O dia 13 de Maio simboliza a continuação da luta do povo negro por uma liberdade ainda não conquistada. A escravidão, no lugar de ser configurada apenas como trabalho compulsório, passa a ser transposta nas diversas formas de exclusão as quais negras e negros vêm sendo submetidos em toda a História do Brasil. Nesse sentido, faz-se necessário denunciar a exclusão do povo negro sistematizada nos sistemas de saúde, na educação, na moradia digna, no trabalho e demais elementos da cidadania. Porém, a forma mais nefasta de exclusão de negras e negros constata-se no extermínio dessa população, principalmente jovens, apontada pelos indicadores de violência como vítimas potenciais de homicídio. A principal causa do genocídio de jovens negras e negros é a associação entre negritude e criminalidade, reforçada cotidianamente pela mídia racista e pelas práticas discriminatórias existentes em todos os espaços de socialização. Temos que realizar debates, palestras, audiências publicas e mobilizações que visam denunciar o genocídio da população negra configurado, sobretudo, pela violência policial e por outras formas de exclusão do direito à vida e à igualdade de oportunidades, assim como tirar ações concretas que visem o fim dessa discriminação.



É só chegar !!!


Ensaio de canto para missa do dia 13 de maio

Estão todas e todos convidados ...


Dia 06 de maio
14 h
Comunidade São Joaquim e Santana